Aurora das almas, risonha alvorada
De luz bemfazeja divina instrucção!
Bemvinda tu sejas, ó chama sagrada
Bemdita mil vezes teu dôce clarão!
As trevas tu rasgas do espirito inculto
E as sombras convertes em próvida luz;
Saudar-te é um jubilo, amar-te é um culto,
Teu brilho é o facho que ao bem nos conduz.
Horror à ignorancia que os vicios fomenta,
Que as almas arroja ao crime fatal!
Entrar cumpre á mulher na guerra incruenta,
Da luz contra as trevas, do bem contra o mal.
Que todos se acerquem da luz que consola
Que todos se aqueçam ao fogo que apraz.
Franqueiem-se a todos as portas da escola,
Recinto d'esp'rança, santuario de paz!
Ó germen fecundo de paz e doçura
Que fructos de bençam tu sabes gerar!
Tu dás alegria, descanço e ventura
E és mãe das virtudes que adornam o lar.
O estudo é allivio nas mágoas da vida
E é socio jocundo na quadra feliz;
Com elle o obreiro não cança ha lida,
Não teme as fadigas e a sorte bemdiz.
(Poema anónimo musicado por José Vianna da Motta em 1879, aos 11 anos de idade)