Aviso: na biblioteca de Jacinto não se aplicará o novo Acordo Ortográfico.

20 abril 2009

Ah, se o ridículo matasse!...

«Conselho da Corrupção vai criar regras para quem trabalha em organismos públicos. As prendas vão ter limite e os funcionários do Estado vão circular entre serviços.»
(Continuar a ler: Público)

Será que podemos receber uma caixa de chocolates gentilmente oferecida por um leitor depois de ter sido bem atendido? Hum... uma ainda vá, até 200g. Mais que isso não. E toca a rodar daqui pra fora que isso de conhecer o leitor pelo nome, saber o que anda a pesquisar, ficar com o endereço electrónico dele para o avisar se descobrirmos algum documento que lhe pode interessar, isso são «relações de proximidade com o meio envolvente» inadmissíveis e intoleráveis. O "utente" tem de ser atendido de forma impessoal, de preferência sem ser olhado nos olhos, de preferência, ainda, de trombas, para se sentir o pior possível e não querer voltar.
Aí, sim, temos um serviço público isento, neutro, impessoal, igualitário, enfim, de qualidade!

2 comentários:

Anónimo disse...

A mim parece-me que o país está a enlouquecer.Quando alguns de nós tentamos apagar a imagem do funcionário público "com a mão na paciência" e "cara de poucos amigos"... surpresa! Descobrimos que é exactamente isso que se espera de nós!

F. do Valle disse...

Quando entro num serviço público, espero ser atendido por pessoas mal encaradas que me olhem com o ar de "o que é que este quer agora...?
Tento ser cordial, por medo, obviamente, pois não quero que me arranjem problemas. Mas já sei que o funcionário me vai dificultar a vida e até estranho se isso não acontecer.
Vou estar atento. E, se vir algum desses servidores do Estado a sorrir, ou a tentar comunicar, peço logo o Livro de Reclamações e escrevo: "o funcionário olhou-me com ar guloso de quem espera receber uma caixa de Mon Chéri".