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09 janeiro 2013

Sem cravos nas espingardas

É assustador pensar que estamos a afastar-nos vertiginosamente de uma saída não violenta para a nossa situação. A continuar no caminho proposto (ou imposto) pelos agiotas internacionais, Portugal, a Grécia, talvez outros países europeus, transformar-se-ão em breve em albânias miseráveis, cheias de pobres e vazias de esperança, com ruas esburacadas, a agricultura, a indústria e o comércio exangues, a saúde e a educação públicas de rastos, o mercado negro e a corrupção em níveis inimagináveis e alguns condomínios e resorts de luxo bem distantes da realidade da população (como convém ao Terceiro Mundo).
É assustador pensar que na fase seguinte (não sei quanto tempo depois) assistiremos (os que ficarem e sobreviverem) ao assassínio a eito de políticos e banqueiros, o terror nas ruas, a tomada do poder pela força - sabe-se lá por quem! - a instauração de um estado de sítio com limitação de direitos, liberdades e garantias, a nacionalização de bancos e empresas e a expropriação de fortunas cuja riqueza revertida a favor do Estado jamais será devolvida aos verdadeiros expoliados - nunca é! - o saque e, quem sabe, a guerra civil. Parece um cenário apocalíptico? Mas não é. Os tempos são outros, não há amanhãs que cantam, como há 40 anos. O 25 de Abril foi como um primeiro amor para uma geração virgem de Liberdade. Já não somos virgens. A próxima revolução não será feita por paixão mas por sobrevivência. A próxima revolução não terá cravos nas espingardas.

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