A Geração Grisalha, para sua informação, Senhor Dr. Silva Lopes, ex-Ministro das Finanças, começou a trabalhar aos 10, aos 12, aos 16 anos para que a Geração Nova pudesse estudar e tornar-se na tão propalada "geração mais qualificada de sempre".
A Geração Grisalha promoveu e PAGOU a escolaridade obrigatória e gratuita para toda a gente! Pagou cada tostão! Até os que não tiveram filhos pagaram o ensino dos filhos dos outros.
A Geração Grisalha proporcionou à Geração Nova aquela educação que ela própria nunca teve. Pagou com suor e medo a liberdade, a democracia, a segurança e a educação com que eu cresci de tal forma acomodada que nem sei o que é viver sem isso. Pagou com mãos calejadas, com peles tisnadas, com "houverãos" e "entreteus" porque não tiveram tempo para ler, nem para estudar, nem para procurar um emprego melhor enquanto perdiam o sono e os sonhos - que também tiveram um dia, pasme-se! - no barco e na camioneta da carreira.
Claro que o senhor pertence ao grupo privilegiado dos que puderam estudar, dos que fizeram o exame da 4ª classe e seguiram direitinhos para o Liceu, esse lugar aonde, no seu tempo, só alguns podiam ambicionar chegar. E isso não tem mal nenhum. O que tem mal é vir agora acusar de parasitas a maioria das pessoas da sua geração, essa maioria à qual o senhor não pertence.
Vivem hoje à custa dos jovens? Até não vivem mas... e se vivessem?!? Qual era o problema?!? Já fizeram a parte deles e merecem isso e muito mais. E se o senhor não se sente merecedor dessa dívida de gratidão lá terá as suas razões. Eu tenho uma dívida imensa de gratidão para essa geração, uma dívida que nunca lhes poderei pagar: não lhes devo a minha vida, devo-lhes a DELES! Essa nunca poderei pagar. Mas posso tentar!
3 comentários:
Encaixa esta, oh!lopes!, e vai trabalhar uma vez na vida, que aquela merda custa mas não dói!
100% de acordo, confesso que fui tocada pela intensidade do texto. A mim o que me incomoda é todo este tremendo banzé dos partidos da oposição e não só, com envio anunciado (ainda não concretizado, mas há-de estar para breve) para o Tribunal Constitucional, relativo à "desigualdade entre cidadãos". Bem sei que se eu, com 35 anos de serviço, for despedida daqui a 3 anos receberei em média muito mais "dias de salário por ano de trabalho" que um colega meu com 30 anos de idade; bem sei que, para carreiras contributivas absolutamente idênticas, vou ter uma reforma muito pior que alguém 10 anos mais velho, e muito melhor que alguém 10 anos mais novo; bem sei muitas outras coisas como estas. Mas que melhor explicação para isto que o seu óptimo texto? E estou certa que o Tribunal Constitucional não poderá deixar de dar primazia ao princípio da confiança jurídica (direitos adquiridos) face ao princípio da igualdade.
Para si, todo o meu apoio.
Obrigada pelo seu comentário, Adelaide.
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