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24 outubro 2006

Outro plágio desmascarado?

Desta vez não vou falar do plagiador Paulo Sempre. Vou antes divulgar um site anónimo que afirma que o jornalista Miguel Sousa Tavares plagiou um romance no seu famosíssimo "Equador".
Quero deixar claro que não li o "Equador" nem li o livro alegadamente plagiado. Também não tenho especial simpatia ou antipatia pelo Dr. Miguel Sousa Tavares. É-me geralmente indiferente e pontualmente simpático ou antipático. Mas neste site alguém denuncia um plágio. Só comparando as obras se poderá confirmar.
Refiro o site porque o assunto me interessa.
Fico à espera que o Dr. Miguel Sousa Tavares processe os seus difamadores, já que ele garante ao "24 Horas" que o caso «vai ser resolvido em tribunal e à paulada». Pessoalmente, acredito na velha máxima dos escuteiros que diz que «se temos razão, não precisamos de perder a calma, se não temos razão não podemos dar-nos ao luxo de perder a calma». Mas também há um ditado que diz que «quem não se sente não é filho de boa gente» e o Dr. MST é, todos os sabemos, filho de boa gente.
Entretanto, vou ver se comparo as duas obras para confirmar ou infirmar o dito plágio.
Prometo, desde já, solenemente, que o farei logo que tenha tempo. E se verificar que se trata de uma calúnia voltarei aqui para a denunciar. O plágio é um acto demasiado infame para que se façam acusações de ânimo leve; mas a calúnia anónima ultrapassa o plágio, em infâmia.

Plágio desmascarado (16-10-2006)
De novo o plágio (7-10-2006)
O plágio (20-09-2006)

10 comentários:

Anónimo disse...

Aguardemos então, não é verdade?
Descobri este blog através da polémica que envolve o MST. Gostei imenso e vou voltar.
Parabéns.

Anónimo disse...

Obrigada pelas palavras também.
Até há muito pouco tempo tive um blog inteiramente dedicado à Irmandade Pré-Rafaelita, em que incluía alguns poemas, uns escritos por alguns membros da irmandade (e não só).
Como o tempo é pouco e me dedico inteiramente à tradução literária, audiovisual e ao teatro, decidi pôr fim a esse projecto.
Talvez um dia volte.
Bjs e até breve.

ZekezCarvalho disse...

Na adolescência creio ter descoberto um romance parcialemente plagiado. Não se tratava de uma cópia directa de frases mas de sim personagens, de situações e do enredo geral da obra. O livro chama-se "O cemitério dos cachalotes", sendo o autor um tal Ian Cameron e pertencia a uma colecção de romances de aventuras para a juventude muito em voga, publicados pela Europa-América.
O romance palgiado era "As minas de Salomão", de Ryder Haggard, que circulava numa célebre tradução de Eça de Queirós. Deduzo que esta era a obra imitada e não ao contrário por ter sido escrita muitos anos antes da outra. Ainda recordo a perplexidade ao detectar as primeiras similitudes, depois a progressiva certeza perante o avolumar de imitações...

Anónimo disse...

“Eu pus o país a ler” – Sousa Tavares
“…o livro de outros !” – Ratinho Blanco

“Até que enfim a verdade. Nunca percebemos como é que um indivíduo carregado de sumo de cevada nas veias e nos genes, conseguiria escrever algo !" Q.B.

Tal Pai tal Filho !

www.riapa.pt.to

MCA disse...

Anónimo
Toda a gente é inocente até se provar que é culpada. O plágio é uma coisa séria e difícil de provar. Por vezes imitam-se ideias, outras vezes duas pessoas podem descrever o mesmo acontecimento de formas semelhantes. De resto, o Dr. Miguel Sousa Tavares, enquanto pessoa, não está aqui em causa e eu só não apago a sua mensagem porque decidi não fazer censura no meu blog (com excepção de linguagem imprópria). Quanto à referência indirecta aos pais do Dr. MST, são pessoas que eu respeito e que, em todo o caso, já faleceram e não se podem defender. Agradeço que não repita este tipo de comentários ou terei de passar a apagá-los.

Paulo disse...

"gosto de parar nas aldeias e falar com as pessoas" (do blogue: http://www.abibliotecadejacinto.blogspot.com).
Há palavras que nos deixam algo dificil de digerir. parece virem dos confins de infâncias "incendiadas" pelos recalcamentos de "derrotas" sofridas.
O seu blogue transporta-me para o que há de mais encoberto na luta severa entre o consciente e o inconsciente, onde a censura e o medo são os fantasmas permanentes.
O templo de "Diana" e a "capela dos ossos" aqui em Évora fizeram de mim aquele "miudo" pobre, com remendos,a quem a dureza dos trabalhos agricolas deixou prisioneiro no "lamaçal" da vida. Nunca roubei para "matar" a fome. O frio que me gelava quando, com a minha mãe, ia ao rio lavar, deixou-me um olhar de "mar alagadiço".
Bem sei que "caminhamos" por um mundo virtual, mas, ainda assim, podemos tentar ser transparentes até onde a opacidade o permite.Plagiar é a forma - censuravel, é certo - que tenho para minimizar os instantes de angustia e solidão em que eu e a minha cadeira de rodas, companheira única de muitos anos, "mergulhamos".
Cada comentador do meu blogue é um pouco de "balsamo" para esta dor, dor «d,alma»... desespero.
Mas, ainda assim, tem todo o direito de denunciar o "plágio" do "filhos de um Deus menor".

Eu também gostava de ir aos minhos, subir as arvores, correr, dançar e parar nas aldeias para falar com as pessoas. Mas...em 1996, com 15 anos, o meu mundo são quatro rodas e uma bateria...e nada mais.

Que seja muito feliz.

Paulo

Anónimo disse...

Que pieguice insuportável! Quase que preferia o plágio.

Não, não sou insensível aos seus problemas, Paulo, mas não os use como justificação. Parece uma forma de manipular emocionalmente as pessoas, e isso irrita-me.

MCA disse...

Paulo, boa tentativa mas não conseguiu comover-me. Tenho todo o respeito pelas pessoas com deficiência mas não considero que a deficiência (física) diminua alguém ou a isente de responsabilidades pelos seus actos. Há numerosos exemplos de pessoas com deficiências físicas altamente incapacitantes que, nem por isso, deixaram de ter um papel de relevo no mundo com mérito próprio: desde Beethoven a Stephen Hawking. Ainda que seja verdade, que esteja entrevado, que viva a pão e água, isso não desculpa a apropriação do trabalho dos outros.
Se tivesse posto umas aspas e mencionado a fonte, teria o mérito de divulgar textos interessantes e que a maioria das pessoas não conhece. Assim, plagiou. Deixou que os seus leitores lhe dessem os parabéns por palavras e ideias que não são suas. Isso é um insulto à inteligência dos seus leitores.
E não insulte a minha. Alguém que se apresenta como «Investigador no âmbito das ciências sociais/juridicas, 25 anos, Pós-graduado em Ciências Criminais» não pode depois vir justificar-se com a infância difícil, a roupa remendada, a dureza dos trabalhos agrícolas (nos anos 80?!?!?), a mãe a lavar no rio (em Évora?!? Qual rio?)... Donde é que plagiou esta descrição de novela venezuelana? E as fotografias de ar bem saudável que tem no blog? Não são suas? Poupe-me!...

Paulo disse...

" (...)Ai minha mãe minha mãe
Que saudades desse bem
Do mal que então conhecia
Dessa fome que eu passava
Do frio que me gelava
E da minha fantasia..."
(Amália Rodrigues "
(Verso - Amália Rodrigues - Ed. Cotovia, Lisboa, 1997).

"(...)Ó Mãe! Ó minha Mãe, pra que nasceste?/
Entre agonias e em dores tamanhas/
Pra que foi, diz lá, que me trouxeste (...)" (Florbela Espanca)
(«Callipole» Revista de Cultura nº2/1994 - Camara Minucipal de Vila Viçosa)

Quanto ao seu comentário:Disse rio para não dizer "barranco" pois assim, talvés, não entendesse.
Um "barranco" - mais «pobre» que uma "ribeira" - são "santuarios" onde os pobres "param" nos instantes dolorosos da sua sede. Os outros, os que não são da plebe, são se sentem honrados em "santuarios" tão pobremente decorados. Sintem-se, honrados somente quando enfileirados ao lado daqueles que já receberam títulos académicos por votação intereceira dos conselhos cientificos de algumas Universidades cujo Senado só é comparado a certos "corredores políticos" do Vaticano e às secretas iniciações maçonicas. Prefiro os "barrancos" do Sul...aos "doutoramentos honoris causa".
Aqui, a Sul..., as cigarras ainda cantam assim: "
"Ai esta angústia sem fim
Ai este meu coração
Ai esta pena de mim
Ai a minha solidão" (Amália Rodrigues)*

* Talvés Amália, num plágio intuitivo fosse, na verdade, uma cigarra «grande». um "milagre" jámais desmascarado por João IIharco... tal é a dimensão do seu , real, fascínio.

Paulo

Anónimo disse...

Ser portador de uma incapacidade fisica não dá prioridade ou autorização em plagiar, dá si nas filas se supermercado e em estacionamentos. Eu tambem ando em cadeira de rodas e não ando por aí a plagiar. Depois a sua justificação para o plagio dá a sensaçao de ser um coitadinho (palavra que nenhum deficiente gosta de ouvir).

Jorge