São duas águas-furtadas num céu onde não há escadas,
O último andar da vida.
Quem lá sobe diz que alcança tudo o que a vida lhe deu,
Tudo o que deixou de herança, desde os sonhos de criança,
São janelinhas no céu.
Ninguém parte em boa hora, tu partiste adiantado,
Deixaste a chave onde mora a saudade, foste embora,
Deixaste ficar o fado.
Naquelas águas-furtadas onde a vista não tem fim,
São as últimas moradas, subiste sem ter escadas,
E o fado leva-me a mim.
Ninguém parte em boa hora, tu partiste adiantado,
Deixaste a chave onde mora a saudade, foste embora,
Deixaste ficar o fado.
Aquelas águas-furtadas onde a vista não tem fim
São as últimas moradas. Tu subiste sem ter escadas
E o fado leva-me a mim.
(Ala dos Namorados. Letra de João Monge, música de Manuel Paulo)