Aviso: na biblioteca de Jacinto não se aplicará o novo Acordo Ortográfico.

30 outubro 2007

Modernices de linguagem: Adição

Outra modernice de linguagem que me irrita: "adição" em vez de dependência.

Em português existe a palavra "adicto" (que se apega ou afeiçoa a, dedicado, devotado) derivada do latim addictus (adjudicado ao seu credor, submisso, escravizado) de onde deriva, seguramente, a palavra inglesa. Poder-se-ia, pois, adoptar a forma "adicção" (pronuncionado-se mesmo o "c"), que decorre da raiz latina, embora mediante um sinuoso percurso pelo inglês. Mas a palavra "adição" com o sentido de dependência é uma mera adopção acrítica do inglês addiction sem qualquer respeito pela etimologia.

Quando eu andava na escola, "adição" (do lat. additionis = acção de juntar) era uma operação aritmética... hoje, já o próprio dicionário Huaiss contempla um significado psicológico para o termo (propensão a ter hábitos compulsivos, consumo persistente de drogas, dependência) mas este significado deve-se apenas ao aportuguesamento de termos ingleses, tão usual no português falado do outro lado do Atlântico (onde o grito do Ipiranga em relação aos Estados Unidos parece cada vez mais difícil de acontecer).

Poderemos considerar esta persistência em usar termos ingleses aportuguesados uma forma de adição, de adicção ou apenas... saloice?

26 outubro 2007

Indústrias culturais

Estive ontem no lançamento do livro "Indústrias culturais: imagens, valores e consumos" (Edições 70), homónimo do excelente blogue que Rogério Santos criou em 2003.

A amizade que me liga a Rogério Santos poderia tornar-me suspeita na avaliação do livro ou do blogue mas os visitantes da Biblioteca de Jacinto têm a oportunidade de avaliar por si aquele que eu considero um dos melhores blogues portugueses, pela diversidade temática, pelo distanciamento crítico e pelo rigor de análise. Aos mais distraídos, recordo que Indústrias culturais é uma das mais antigas presenças no meu blogroll.

«Para a Clara e o Jorge...»

23 outubro 2007

Das Serras para a Cidade

Voltei, depois de duas semanas de afastamento dos admiráveis progressos deste século.
Não me despedi, há duas semanas, porque tencionava continuar a "postar", lá das serras para onde me exilei. Mas os admiráveis progressos deste século ainda não estão disponíveis em todo o lado e o acesso à net ainda não é o melhor nos montes e vales deste nosso Portugal. Agora volto a escrever-vos mas ainda tem de aquecer o carburador...