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18 outubro 2006

O caso do Rivoli

Ainda não consegui perceber o que se está a passar no Rivoli. A sério. Não percebo mesmo. Gostava que alguém imparcial me explicasse. Como não tenho televisão, a informação chega-me pela rádio, pelos jornais e pela Internet. Fiz algumas pesquisas e ainda não consegui perceber do que se queixam aqueles que se queixam.

Qual é o problema de privatizar a gestão do Teatro Rivoli? Que perigos advêm para a cultura portuguesa ou para a cultura portuense? É suposto o teatro fechar? Parece que não. Sou completamente neutra em relação ao Senhor Rui Rio, com cuja área partidária nem sequer me identifico. A mesma neutralidade não parece existir da parte dos protestantes (aqueles que protestam...) que mantêm, no blog que o Público abriu a debate, acesos ataques ao autarca. Li o blog todo, em diagonal, e continuei sem perceber. Esta coisa de ocupações, greves de fome, protestos melodramáticos, etc. tem um cheiro a folclore barato que me faz, por puro instinto, desconfiar.

No site da CMP encontrei esta notícia cujo conteúdo passo a resumir em alguns pontos:

1 - A proposta para o novo modelo de gestão do Rivoli Teatro Municipal e do Pavilhão Rosa Mota, prevê que a gestão passe para a esfera privada embora não deixem de estar sob a alçada da autarquia portuense.
Não há, portanto, privatização mas sim concessão.

2 - No último mandato foram transferidos para o teatro Rivoli cerca de 11 milhões de euros, o dobro do que foi direccionado para a reabilitação das escolas básicas(5,5 milhões de euros), e pouco menos do que foi dedicado à acção social.

3 - No caso do Rivoli, será efectuada uma consulta a várias companhias de teatro do país para saber qual delas estará em melhores condições para assumir a gestão do Teatro, respeitando as exigências entretanto definidas pela autarquia portuense.

4 - O Pequeno Auditório continua a servir pequenas companhias, com prioridade para as do Grande Porto.

Nada disto me parece mal. Se alguém me puder esclarecer onde está o problema, agradeço. Pode ser aqui para os "comentários". Não tenho qualquer problema em mudar de ideias...

4 comentários:

Anónimo disse...

na minha opinião, enquanto comunicador cultural, penso que a gestão privada é a melhor solução. Bom blogue.

António Conceição disse...

Cara MCA,

V. Ex.ª emite uma opinião, confessando que não está esclarecida do problema e revelando uma disponibilidade intelectualmente honesta para mudar de opinião, quando estiver esclarecida.
A particularidade deste caso é que, quando estiver esclarecida, a sua opinião vai ser exactamente a mesma que já tem. Mas reforçada.

rps disse...

Não ter televisão e consumir informação da rádio, jornais e Internet é uma vantagem.

Em todo o caso, o que se passa no Rivoli é (foi), basicamente, um delito comum: ocupação selvagem de um espaço público.

O bibliotecário anarquista disse...

Pessoalmente não tenho nada contra a gestão privada. Sou um empreendedorista. Agora quando um equipamento é recuperado ou mesmo reerguido com dinheiro público e depois "oferecido" à gestão privada, só estarei de acordo se o gestor privado for EU! Porque senão fico com a ligeria sensação (não sei porquê) que me roubaram. Por falar nisso o meu sogro tem um restaurantezinho a precisar de obras... não estão interessados em pagar as obras e devolver a gestão ao meu sogro?... Seria simpático.