Extraído daqui. Os negritos são meus.
«A história da Torre do Tombo remonta, pelo menos, aos finais da Idade Média. Com efeito, desde 1378 que o principal arquivo português se denomina Torre do Tombo, e assim é conhecido em todo o mundo, onde é, justamente, considerado um dos mais antigos e valiosos arquivos nacionais. A origem deste nome tão singular prende-se com o facto de os principais documentos que o rei mandava guardar - o Recabedo Regni, ou Livro do Tombo, onde se registavam as suas propriedades e direitos - se conservarem numa torre, a torre albarrã, do castelo de São Jorge, em Lisboa.
O nome sempre se manteve, mesmo depois da destruição da referida torre, por ocasião do terramoto de 1755, e da transferência do arquivo para o mosteiro de S. Bento, actual edifício da Assembleia da República, onde permaneceu, a título "provisório", até aos finais do século XX. Nem mesmo quando, em 1990, o Arquivo Nacional foi finalmente alojado num edifício especialmente construído para o efeito, na Cidade Universitária de Lisboa, ou quando, na mesma década, as suas competências foram reformuladas e alargadas, o nome original de Torre do Tombo foi abandonado, respeitando assim uma história e uma identidade com mais de 600 anos.
(...)
No século XIX a Torre do Tombo assumiu as características de Arquivo Nacional (...). Ao sabor das flutuações políticas, atravessaria todo o século de Oitocentos (...) até se fixar definitivamente em Arquivo Nacional da Torre do Tombo no ano de 1911, logo após a instauração da República.
(...)
Na década de 1990, com a resolução do problema das instalações e as reformulações orgânicas e funcionais acima sumariadas, a Torre do Tombo, entretanto transformada em Instituto dos Arquivos Nacionais, pôde reassumir uma política consistente de incorporações, de intervenção sobre os arquivos correntes e intermédios, de inventariação e descrição dos espólios, de produção de instrumentos técnicos e de normalização arquivística, de abertura ao público e de extensão cultural. (...)
Como nota final de curiosidade, refira-se que sendo uma instituição com uma longa história, maior do que a da maioria dos próprios documentos que conserva, a Torre do Tombo, os Arquivos Nacionais, ou, na actual designação oficial, o Instituto dos Arquivos Nacionais / Torre do Tombo, foram já dirigidos por 57 personalidades, desde o seu primeiro Guarda-mor conhecido, Johane Annes, até à actual Direcção. (Lista dos Guarda-mores).»
(Da Torre do Tombo ao Instituto dos Arquivos Nacionais, no site do IANTT)
27 outubro 2006
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