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27 outubro 2006

"Torre do Tombo" durante 628 anos

Extraído daqui. Os negritos são meus.

«A história da Torre do Tombo remonta, pelo menos, aos finais da Idade Média. Com efeito, desde 1378 que o principal arquivo português se denomina Torre do Tombo, e assim é conhecido em todo o mundo, onde é, justamente, considerado um dos mais antigos e valiosos arquivos nacionais. A origem deste nome tão singular prende-se com o facto de os principais documentos que o rei mandava guardar - o Recabedo Regni, ou Livro do Tombo, onde se registavam as suas propriedades e direitos - se conservarem numa torre, a torre albarrã, do castelo de São Jorge, em Lisboa.
O nome sempre se manteve, mesmo depois da destruição da referida torre, por ocasião do terramoto de 1755, e da transferência do arquivo para o mosteiro de S. Bento, actual edifício da Assembleia da República, onde permaneceu, a título "provisório", até aos finais do século XX. Nem mesmo quando, em 1990, o Arquivo Nacional foi finalmente alojado num edifício especialmente construído para o efeito, na Cidade Universitária de Lisboa, ou quando, na mesma década, as suas competências foram reformuladas e alargadas, o nome original de Torre do Tombo foi abandonado, respeitando assim uma história e uma identidade com mais de 600 anos.
(...)
No século XIX a Torre do Tombo assumiu as características de Arquivo Nacional (...). Ao sabor das flutuações políticas, atravessaria todo o século de Oitocentos (...) até se fixar definitivamente em Arquivo Nacional da Torre do Tombo no ano de 1911, logo após a instauração da República.
(...)
Na década de 1990, com a resolução do problema das instalações e as reformulações orgânicas e funcionais acima sumariadas, a Torre do Tombo, entretanto transformada em Instituto dos Arquivos Nacionais, pôde reassumir uma política consistente de incorporações, de intervenção sobre os arquivos correntes e intermédios, de inventariação e descrição dos espólios, de produção de instrumentos técnicos e de normalização arquivística, de abertura ao público e de extensão cultural. (...)
Como nota final de curiosidade, refira-se que sendo uma instituição com uma longa história, maior do que a da maioria dos próprios documentos que conserva, a Torre do Tombo, os Arquivos Nacionais, ou, na actual designação oficial, o Instituto dos Arquivos Nacionais / Torre do Tombo, foram já dirigidos por 57 personalidades, desde o seu primeiro Guarda-mor conhecido, Johane Annes, até à actual Direcção. (Lista dos Guarda-mores).»

(Da Torre do Tombo ao Instituto dos Arquivos Nacionais, no site do IANTT)

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