Eu disse, Picuinhas. Não andei eu a dizer outra coisa. Ganhou o Sim moderado mas o Sim radical, o das barrigas emancipadas, já começou a mostrar a unhazinhas. Afinal, contra o prometido, parece que não querem pôr o período de três dias para reflexão nem a consulta obrigatória de aconselhamento. Se assim fôr, muitos (talvez a maioria) dos que votaram Sim, vão ver as suas expectativas defraudadas. Oxalá que não. Eu não sou daqueles que torcem para que as coisas corram mal só para depois vir dizer que tinha razão. Eu espero que as coisas corram bem e o número de abortos desça efectivamente. Mas continuo a achar que este é o caminho errado. Vamos a ver...
Não rapariga, estava a referir o acidente lá em cima no Norte, o descarrilamento do comboio...
Eu já enterrei a questão do aborto, aliás, nunca a desenterrei verdadeiramente, pq pessoalmente, confrontada com a situação jamais me passaria pela cabeça consultar o Estado, um psicólogo ou outra coisa no género. Nesta questão sou irredutível: a decisão seria minha, e apenas minha. Também acho que este (o meu!) não é certamente o melhor caminho, mas eu sou adepta do lema: faz o que eu digo e não me imites!
Correcção: faz o que eu digo, dentro dos limites da legalidade e num quadro democrático... (bolas se me distraio ainda me aparece o outro maluquinho a chamar-me fascizóide!)
Nem me lembrei do combóio! Tens razão! Parece que adivinhava. Mas juro que não sabia. Eu tenho má aura nestas coisas. Um ou dois anos antes do atentado de Madrid eu estive na estação de Atocha e disse (ficou filmado e só mais tarde me apercebi): «Bom sítio para um atentado terrorista...». Um disparate, não sei como me saíu isto, mas saíu. Um dia mais tarde, voltei a ver o filme, o atentado já tinha ocorrido e senti um arrepio a percorrer-me a espinha. Que coisa horrível! Tenho destas coisas. Não adivinho nada mas as coisas parece que acontecem. São coincidências muito chatas.
Gosto de música e gosto de cantar. Gosto de ler. Gosto de escrever. Gosto de arte, de design, de artesanato e de fotografia. Gosto de línguas e de linguística. Gosto de papéis velhos. Gosto do meu trabalho. Gosto de férias. Gosto de comer bem. Gosto de passear de carro, de parar nas aldeias e meter conversa com as pessoas, principalmente pessoas de idade. Gosto de pessoas de idade. Gosto da Cidade. Gosto das Serras. Gostava que o Mundo estivesse melhor mas os meus esforços não têm resultado...
*Fantasma é o termo usado nas bibliotecas para designar uma ficha que é colocada em substituição de um livro que se retirou da estante para ir à leitura.
DE VOLTA À PRATELEIRA
RODRIGUES, Ernesto, et al. - O Leão da Estrela WEST, Morris - As sandálias do Pescador WILDE, Oscar - O retrato de Dorian Gray FONSECA, Manuel da - Aldeia Nova RÉGIO, José - O príncipe com orelhas de burro DIDEROT - A religiosa VARGAS LLOSA, Mario - A tia Júlia e o escrevedor LONDON, Jack - A peste escarlate BUCK, Pearl S. - A flor oculta TAGORE, Rabindranath - A casa e o mundo CASTELO BRANCO, Camilo - Eusébio Macário CASTELO BRANCO, Camilo - Anátema FLAUBERT, Gustave - Madame Bovary BALZAC, Honoré de - A mulher de trinta anos CASTRO, Ferreira de - Emigrantes HUGO, Victor - Nossa Senhora de Paris PINTO (Sacavém), Alfredo - Castelos de fantasia REDOL, Alves - Gaibéus CASTRO, Ferreira de - A selva EBENSTEIN, William - 4 ismos DOSTOIEVSKI, Feodor - O jogador QUIGNARD, Pascal - Vie secrète DOSTOIEVSKI, Fédor - Noites brancas CALDWELL, Ian; THOMPSON, Dustin - A regra de quatro BRADBURY, Ray - Fahrenheit 451 ORWELL, George - Mil Novecentos e Oitenta e Quatro PIRES, José Cardoso - A cavalo no Diabo BRANDÃO, Raul - Os pobres DOSTOIEVSKI, Fédor - A voz subterrânea QUIGNARD, Pascal - La leçon de musique QUIGNARD - Le sexe et l'effroi OVÍDIO - A arte de amar PETRÓNIO - Satiricon BOCCACCIO - Decameron STEINER, Georges - Linguagem e silêncio: ensaios sobre a literatura, a linguagem e o inumano HUXLEY, Aldous - Admirável Mundo Novo COHN, Norman - Na senda do Milénio: milenaristas revolucionários e anarquistas místicos na Idade Média COULANGES, Fustel de - A cidade antiga MOREAU, Mário - Giacomo Puccini: o Homem e a Obra SÓFOCLES - Antígona ANDRESEN, Sophia de Melo Breyner - Contos exemplares BRAGA, Mário - Viagem incompleta GOMES, Soeiro Pereira - Esteiros ALEGRE, Manuel - Uma outra memória
5 comentários:
Bolas, até tenho medo de ti! Se já sabias pq é que não disseste nada?
Eu disse, Picuinhas. Não andei eu a dizer outra coisa.
Ganhou o Sim moderado mas o Sim radical, o das barrigas emancipadas, já começou a mostrar a unhazinhas. Afinal, contra o prometido, parece que não querem pôr o período de três dias para reflexão nem a consulta obrigatória de aconselhamento. Se assim fôr, muitos (talvez a maioria) dos que votaram Sim, vão ver as suas expectativas defraudadas. Oxalá que não. Eu não sou daqueles que torcem para que as coisas corram mal só para depois vir dizer que tinha razão. Eu espero que as coisas corram bem e o número de abortos desça efectivamente. Mas continuo a achar que este é o caminho errado. Vamos a ver...
Não rapariga, estava a referir o acidente lá em cima no Norte, o descarrilamento do comboio...
Eu já enterrei a questão do aborto, aliás, nunca a desenterrei verdadeiramente, pq pessoalmente, confrontada com a situação jamais me passaria pela cabeça consultar o Estado, um psicólogo ou outra coisa no género. Nesta questão sou irredutível: a decisão seria minha, e apenas minha. Também acho que este (o meu!) não é certamente o melhor caminho, mas eu sou adepta do lema: faz o que eu digo e não me imites!
Correcção: faz o que eu digo, dentro dos limites da legalidade e num quadro democrático... (bolas se me distraio ainda me aparece o outro maluquinho a chamar-me fascizóide!)
Nem me lembrei do combóio! Tens razão! Parece que adivinhava. Mas juro que não sabia. Eu tenho má aura nestas coisas. Um ou dois anos antes do atentado de Madrid eu estive na estação de Atocha e disse (ficou filmado e só mais tarde me apercebi): «Bom sítio para um atentado terrorista...». Um disparate, não sei como me saíu isto, mas saíu. Um dia mais tarde, voltei a ver o filme, o atentado já tinha ocorrido e senti um arrepio a percorrer-me a espinha. Que coisa horrível! Tenho destas coisas. Não adivinho nada mas as coisas parece que acontecem. São coincidências muito chatas.
Enviar um comentário