Imagem retirada daqui.
Acho que este blogue está a ter um efeito quase psicanalítico sobre mim. Está a ficar perigoso, já não tenho idade para tantas emoções.
Ao rebuscar as músicas que são a banda sonora da minha vida, algumas que não ouvia há muito tempo, acontecem coisas estranhas, emoções revividas com efeitos nem sempre previsíveis.
Há anos que não ouvia isto. Vindas do mais fundo do meu passado, de uma idade em que não percebemos nem um centésimo do que se passa dentro da nossa cabeça e das nossas emoções (em adultos percebemos, talvez, um décimo...), as memórias irrompem, como quando sentimos o cheiro de um lugar aonde nunca mais voltámos depois da infância.
Olfato e audição: os primeiros sentidos, os mais primitivos, os mais animais, os únicos capazes de fazer o curto-circuito entre o consciente e o inconsciente.
Tema de "Brideshead Revisited", por Geoffrey Burgon.
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7 comentários:
Ainda bem que encontrou a música, Clara :)
Já lhe respondi na Gota. Como deve ter percebido, tenho o disco todo, só não tinha um endereço de mail para lhe mandar as músicas...
Um beijo...
Reviver "Brideshead"... reviver um passado que ainda não é muito longínquo mas que já me faz percorrer prateleiras e escaparates à procura das sensações da infância (dei por mim a comprar a série da "Pipi" e da "Heidi"). Isto não é normal!!!
Será "pancada" ou simpelsmente a "ternura dos 40"??
Beijos, Mil
MRF
Acho que é a ternura dos 40, amiga. Nós ouvíamos falar mas não sabíamos o que isso queria dizer. Agora já sabemos. Ainda não nos sentimos velhas (nem sequer de meia-idade) mas olhamos para trás e os vinte anos foram há vinte anos. É estranho...
Mais estranho se torna quando olho para a minha filha adolescente e me revejo nela; as mesmas aspirações; o mesmo entusiasmo; os mesmos ideais.
Parece que foi ontem e ... agora é o tempo dela ...
MRF
Não. Não concordo contigo. Detesto ouvir as pessoas dizerem «no meu tempo...» referindo-se ao passado. É o tempo dela, é o nosso e é o tempo dos nossos pais. É o tempo dos que estão vivos. Todos. Se não temos de chegar à conclusão de que, para alguns, chega a hora de acabar. Lê o conto «A lei da vida» que eu publiquei aqui há dias e vais perceber o que eu quero dizer.
Amiga, não me fiz entender. Quando digo o tempo dela (minha filha), refiro-me ao tempo da sua adolescência. E o estranho da questão, e daí o meu comentário, é que me parece que foi apenas ontem que saí desse período da vida. No entanto, já se passaram 20 anos.
E concordo absolutamente contigo. Claro que este tempo é o meu, é o nosso, é o de todos que estamos vivos!!
Tu conheces-me bem; sabes que não tenho a "pancada" de estar a envelhecer; muito pelo contrário. ADORO TER 40 ANOS e da mulher que tem crescido ao longo deste amadurecer.
Contudo, serei uma eterna criança de espírito e que se revela na forma como sou brincalhona e bem disposta. Para os meus filhos, serei sempre a "mãe curtida", como carinhosamente me tratam. Espero continuar a sê-lo quando for avó.
Beijocas Grandes
MRF
E eu espero ver... ;-)
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