Chamava-se Clara e nasceu nas margens do Neiva, lugar de Guilheta, na freguesia de São Paio de Antas (concelho de Esposende) em 7 de Fevereiro de 1900. Era minha avó.
(MALHOA, José, 1855-1933 - Clara [Óleo sobre tela], 1918)
07 fevereiro 2010
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15 comentários:
beautiful!
Good blog.
Gosto das minhotas...voluntariosas, cheias de genica.
Nunca me canso de olhar para este Malhoa no Museu do Chiado.
Olá Clara
Conte-nos a história... Como foi que o José Malhoa a encontrou e a retratou?
Rui, na verdade eu não sei se é a minha avó. Mas podia ser...
Obrigado pelo esclarecimento.
Trata-se de uma pintura muito bonita.
MCA,
a coisa dita assim (não sei se é, mas podia ser...) parece não fazer sentido. Todavia, faz. De acordo com o blogue Latitude 38º 43'N, em http://latitude3843.blogspot.com/2008/12/clara-de-jos-malhoa.html, a Clara de Malhoa é pintada para representar a Clara das "Pupilas" de Júlio Diniz. Ora, pela época (a Avó Clara veio para Lisboa em 1921, o que significa que em 1918 ainda vivia nas margens do Neiva), pelo nome, pelo enquadramento paisagístico e, não menos importante, pela idade de Clara no romance (18 anos), coincidente com a da Avó Clara na data em que Malhoa a pinta, não é absurdo pensar que aquelas "Claras" poderiam ser a mesma pessoa.
Pelo menos, é legítimo, no plano poético...
É isso mesmo. É que, objectivamente, podia ser. Subjectivamente, gosto de pensar que é. Para mim É. MCA
A ideia de ser a sua avó é bonita, no entanto, a rapariga representada pelo Malhoa neste quadro até se podia chamar Sofia ou outro nome qualquer, pois a cena representada é inspirada no enredo do livro de Julio Diniz, "As pupilas do senhor reitor", em que a personagem Clara que deveria casar-se com Pedro, apaixona-se por Daniel (o rapaz que podemos representado em segundo plano no quadro). Há vários livros de história acerca do Malhoa que dizem exactamente isso, que ele leu o romance de Julio Diniz e gostou tanto que pintou este quadro. Logo o quadro não se chama Clara por a rapariga nele representada ter esse nome, ela podia chamar-se outra coisa qualquer...
Sim, eu também imaginei isso, embora Clara fosse um nome bastante comum, no Minho. Por essa razão Júlio Dinis o escolheu para uma das suas personagens. Ao colocar este quadro tão bonito pretendi apenas homenagear a minha Avó Clara que teria as mesmas características físicas e a mesma idade da modelo na altura em que o quadro foi pintado. A verdade é que "poderia" ter sido ela. Obrigada pelo seu comentário!
A minha Avó Clara nasceu em 1900 e o quadro é de 1918, três anos antes de ela vir para Lisboa.
Caríssima Senhora,
Como, afinal, o quadro é de 1903 - assinado e datado «José Malhôa, 1903» (não sou eu a teimar, é o Malhoa a escrever, e uma data de gente a não querer ler...) - a Senhora sua Avó teria então 3 aninhos. Estamos pois conversados.
Obrigada, LBG, por esse esclarecimento. Quando Malhoa andou por terras minhotas para encontrar esta modelo, não poderia (dada a data) ter-se deparado com aquela jovem camponesa que viria a tornar-se a minha avó. O que não deixa de me fazer olhar para o quadro e pensar com ternura que esta Clara (que realmente poderia ter outro nome) não seria muito diferente, nas características físicas e no trajar, da jovem Clara, a filha da Rita e do José, que trabalhava no campo, lavava roupa no Neiva e fazia a pé o caminho até Esposende para vender rendas na feira.
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