Perdoa-nos, Salgueiro Maia, onde quer que estejas. Perdoa esta geração para a qual arriscaste carreira e vida e que desbaratou perdulariamente a Democracia e a Liberdade que tu quiseste dar-nos. Perdoa-nos, Salgueiro Maia. Jamais seremos suficientemente gratos mas bastava que não fôssemos ingratos, afinal. A minha geração que é a dos Coelhos, dos Sócrates, dos Seguros, é a vergonha deste país. Jamais permitirei que digam que o povo português é cobarde enquanto houver a tua memória. Mas esta geração, à qual não me orgulho de pertencer, ficará na História como a geração mais ingrata de que há registo. Agimos como meninos de família a espatifarem ferraris pagos pelos papás com o dinheiro que eles ganharam a pulso. Nós espatifamos a Democracia, a Liberdade e o Patriotismo e fazêmo-lo com o desplante de quem nunca teve de mexer um dedo para os ganhar. Perdoa-nos, Salgueiro Maia. Eu sei que não somos todos iguais como não o eram os da tua geração. A diferença é que, na tua geração, destacaram-se Homens como tu. Na minha destacam-se os invertebrados que levam a tua obra à ruína. Perdoa-lhes porque não sabem o que fazem e perdoa-nos porque já não sabemos o que fazer.
09 setembro 2012
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1 comentário:
Passámos do idealismo e da luta pelas ideias e causas, ao materialismo mais imediato e primário e à irracionalidade mais soez!
Estive há dias no Carmo e reparei que no chão existe uma referência ao SM. Toda a gente lhe põe os pés em cima. Sintomático e simbólico. Não é de agora, talvez fosse demasiado bom para os seus pares! Acho que vou por a fotografia que tire no meu facebook...
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