A propósito do Orçamento de Estado para 2013 e deste castigo que nos está a ser imposto por um crime que não cometemos (frase que li hoje no facebook) lembrei-me de um filme (ou seria uma série?) que deram na televisão pelos anos 70, era eu bastante pequena. Não me lembro da história, embora tenha a vaga ideia de se tratar de «O príncipe e o pobre» de Mark Twain. Lembro-me de que havia um jovem príncipe que tinha um tutor que lhe dava as lições. Como todos os rapazes, o príncipe nem sempre estudava as lições e nem sempre dava as respostas certas. Como todos os rapazes, o príncipe fazia tropelias e portava-se mal. Mas, ao contrário dos outros rapazes, o príncipe não podia ser castigado pelo tutor. O príncipe tinha, então, um pequeno criado da idade dele cuja única função era receber os castigos no seu lugar. O príncipe respondia mal, o rapaz levava uma bofetada, o príncipe portava-se mal, o rapaz ficava de castigo.
Assim somos nós, os criados dos príncipes ou, no caso, dos políticos e dos banqueiros. Eles roubaram, delapidaram e esbanjaram. Mas não podem ser castigados. Cá estamos nós para receber o castigo.
Sem comentários:
Enviar um comentário