Confesso-me “estupefata”. Há pouco mais de quatro anos, escrevia eu aqui um texto mais ou menos humorístico – que viria, dois anos depois e para grande surpresa minha, a tornar-se viral na Internet – onde ironizava sobre o Acordo Ortográfico e procurava – penso que com algum sucesso – desmontá-lo pelo absurdo.
Eis se não quando (caso nunca visto!) sai um senhor brasileiro a propor, sem se desmanchar a rir, o mesmo que eu já tinha proposto mas a rir-me que nem uma perdida enquanto dedilhava a absurda prosa. Propõe o dito senhor, de sua graça Ernani Pimentel, exactamente o mesmo que eu e com os mesmos argumentos. Nem vale a pena citá-lo, basta ler o meu textozinho, está lá tudo.
Para completar esta comédia, foi este senhor chamado à Assembleia da República para opinar sobre a simplificação da ortografia e apresentar aos senhores deputados as ideias que me roubou.
Eu até já tenho medo de ser irónica por isso não brinco mais com este assunto. Leiam com atenção porque só escrevo isto uma vez: quando alguém propõe a sério – e é levado a sério por um órgão de soberania – o que antes era apresentado como absurdo, é porque o absurdo chegou ao Poder.
Ouvi dizer que os Monty Python estão de volta.
Apostila: Esclarece-me o Rui Miguel Duarte, entretanto, que o dito senhor brasileiro não foi chamado à Assembleia da República, antes pediu para ser ouvido. E os nossos representantes ouvem-no, pois então. Pena que não tenham o mesmo zelo quando se trata de ouvir os portugueses.
Eis se não quando (caso nunca visto!) sai um senhor brasileiro a propor, sem se desmanchar a rir, o mesmo que eu já tinha proposto mas a rir-me que nem uma perdida enquanto dedilhava a absurda prosa. Propõe o dito senhor, de sua graça Ernani Pimentel, exactamente o mesmo que eu e com os mesmos argumentos. Nem vale a pena citá-lo, basta ler o meu textozinho, está lá tudo.
Para completar esta comédia, foi este senhor chamado à Assembleia da República para opinar sobre a simplificação da ortografia e apresentar aos senhores deputados as ideias que me roubou.
Eu até já tenho medo de ser irónica por isso não brinco mais com este assunto. Leiam com atenção porque só escrevo isto uma vez: quando alguém propõe a sério – e é levado a sério por um órgão de soberania – o que antes era apresentado como absurdo, é porque o absurdo chegou ao Poder.
Ouvi dizer que os Monty Python estão de volta.
Apostila: Esclarece-me o Rui Miguel Duarte, entretanto, que o dito senhor brasileiro não foi chamado à Assembleia da República, antes pediu para ser ouvido. E os nossos representantes ouvem-no, pois então. Pena que não tenham o mesmo zelo quando se trata de ouvir os portugueses.
5 comentários:
Com uma diferença clara: os Monty Python têm, e sempre tiveram, piada.
Este senhor que é referenciado é apenas um boçal que está a tentar os seus 5 minutos de fama, e que cairá no esquecimento em breve.
Um reparo: o dito Ernani não foi chamado à AR, pediu para ser recebidofez-se, pois tem com as costas quentes de ir no âmbito de uma comissão do Senado brasileiro que ele integra. Logo com carácter oficial, de órgão legislativo para órgão legislativo. Esperamos que se espalhe ao comprido e que os Deputados portugueses, até agora vergonhosos, acordem e percebam que o AO não é coisa séria, que mesmo o idolatrado Brasil, o Messias da Lusofonia, se quer ver livre do cioso. Pena é só se deixem convencer ouvindo-o de um estrangeiro.
Obrigada, Rui Miguel Duarte, já corrigi o post.
Decreto da Presidência da República nº 43/91 de 23 de Agosto
O Presidente da República decreta ... o seguinte:
É ratificado o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, assinado em Lisboa em 16 de Dezembro de 1960, aprovado, para ratificação, pela Resolução da Assembleia da República nº 26/91, em 4 de Junho de 1991.
Assinado em 4 de Agosto de 1991
Publique-se.
O Presidente da República, Mário Soares
Faz parte da nossa Lei que uma Resolução da Assembleia da República não se pode sobrepor a um Decreto-Lei. No caso o Decreto-Lei nº 8.286, de 5 de Dezembro de 1945 que aprova o Acôrdo Ortográfico para a unidade da Língua Portuguesa.
Toda esta confusão, esta trampa (en castellano) para nada.
Cumprimentos
eao
Ora bem...
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