Aviso: na biblioteca de Jacinto não se aplicará o novo Acordo Ortográfico.

04 outubro 2006

Eu gosto do Harry Potter!!!


Lido no Entre Estantes:
«Nos últimos 5 anos foram registadas [nos EUA] cerca de 3.000 tentativas para banir diversos títulos de bibliotecas escolares e bibliotecas públicas devido ao seu conteúdo ou em virtude da sua inadequação ao público. Tendo em conta estes números foi criado um TOP com os títulos com maior número de críticas.»

O primeiro da lista é a série Harry Potter, de J.K. Rowling.
Pois eu digo e proclamo: Eu li-os todos, gostei e quero mais! E além disso, acho-os muito educativos. Se alguém quiser saber porquê, eu posso explicar.

5 comentários:

Anónimo disse...

ok, estou neutro em relação ao assunto, mas gostava de ouvir.
aliás neutro de opinião, mas li o primeiro livro e acho que vi um dos filmes, já não estou certo desta ultima parte.

MCA disse...

Acho-os educativos por três razões.
A primeira é uma questão de "forma" por assim dizer, porque estão bem escritos, são bastante densos, as histórias são relativamente complexas, as personagens são multifacetadas e, apesar disso, são "devorados" por crianças, até pelas que não gostam de ler.
A segunda é uma questão de conteúdo: são valorizados a amizade, a coragem, o sentido do dever (e até de missão), a responsabilidade e a escolha pessoal. Como as personagens são multifacetadas poucas são completamente boas ou completamente más (excepto o Voldemort, claro). Mesmo o Voldemort não é um diabo. Com o avançar da história (é preciso ler os outros livros, os filmes não exploram estas subtilezas) vamos percebendo a sua história pessoal, quem eram os pais, como cresceu e o que o levou a tornar-se tão mau. Não há aqui qualquer determinismo do tipo «coitadinho, cresceu numa família desfuncional» porque o cerne da questão está sempre na escolha pessoal: o Voldemort escolheu o mal. É esta a mensagem que perpassa toda a "saga" e que é expressa pelo Dumbledore: «Chega o momento em que temos de decidir entre o que está certo e o que é fácil». Gosto muito desta mensagem porque não é maniqueísta. A autora contrapõe o certo ao fácil e não o certo ao errado. É curioso porque é precisamente o problema do nosso tempo e das nossas crianças. O certo não é necessariamente difícil e o errado não é necessariamente fácil mas a tendência do nosso tempo é de ir pelo mais fácil sem fazer juízos éticos. A escolha não se coloca, assim, entre certo e errado ou entre difícil e fácil mas a montante: a escolha está nos próprios critérios de actuação: vou guiar-me por critérios éticos (certo x errado) ou por critérios pragmáticos (fácil x difícil)?
Acho a ideia muito profunda.

MCA disse...

Na minha resposta anterior é claro que a "terceira" razão (que me esqueci de assinalar) é a segunda parte da segunda razão: a questão da escolha.

Anónimo disse...

fico satisfeito de ter pedido. acho que esta resposta merecia saltar para o corpo principal do post, ou mesmo um novo post.

esta questão do quadrado fácil-mal-dificil-bem é muito interessante. o fácil e o dificil é algo que varia com a forma como evoluimos: o que era antes dificil, pode passar a ser fácil. e o bem e o mal vai evoluindo tb com o referencial que vamos conseguindo abarcar. o mal que provocamos nos outros mesmo que conscientemente só fica realmente sentido quando incorporamos os outros em nós, quando os passamos a ver como parte do nosso eu maior.

Anónimo disse...

Eu também adoro os livros e acho interessante o uso que alguns Professores fizeram com eles nas suas aulas. Que imaginação!

A imagem de anti-heroi é importante assim como a faceta humana do HARRY....

Luisa