Tive hoje o prazer de ser apresentada a uma pessoa que muito admiro pelo seu trabalho, o Dr. Mário Moreau.
Mário Moreau nasceu em 1926 e é médico. Paralelamente à sua actividade clínica desenvolveu, desde os anos oitenta, uma intensa actividade de pesquisa sobre a vida operática portuguesa tendo escrito "Cantores de ópera portugueses" (em três grossos volumes), "Coliseu dos Recreios: um século de história", "O Teatro de São Carlos: dois séculos de história" e ainda, mais recentemente, as biografias de Tomás Alcaide e Luísa Todi.
Em especial, das suas primeiras três obras pode dizer-se que, se não existissem, tinham de ser inventadas. Não são trabalhos científicos, são obras de referência fundamentais. Têm-lhes sido apontados defeitos pelos investigadores de "escola", defeitos que fariam todo o sentido se apontados a obras de natureza académica. A menção de fontes, por exemplo, é deficitária e não segue os critérios exigidos a um trabalho científico. Acontece que as obras de Moreau não são nem pretendem ser trabalhos académicos, não têm o objecto, nem o método, nem pretendem atingir os objectivos de um trabalho académico. São obras de paciência infinita, de dedicação absoluta, como já ninguém faz.
Porque há neste país a mania irritante de só homenagear os mortos (não fossem eles, em vida, ainda fazerem alguma asneira...), aqui fica a minha sentida homenagem a alguém que está bem vivo e em actividade.