Aviso: na biblioteca de Jacinto não se aplicará o novo Acordo Ortográfico.

28 julho 2008

Fotografias da Biblioteca de Arte da FCG

Desde o dia 22, a Biblioteca de Arte da Fundação Calouste Gulbenkian começou a divulgar as suas colecções de fotografia no FLICKR.
Das 180 colecções de fotografias (algumas com milhares de fotos) sobre artes visuais em Portugal, a Biblioteca divulgará as que não estejam protegidas por direitos de autor ou direitos conexos.
Agradeço ao Paulo Leitão esta informação que divulgo com todo o gosto e com um aplauso pela iniciativa.

A minha preferência vai para a colecção Estúdio Mário Novais e, em especial, para os álbuns Cinemas de Lisboa, Transportes marítimos, Gare Marítima de Alcântara e Rocha do Conde de Óbidos e Exposição do Mundo Português (1940).

APOSTILA (em 29 de Julho): o site está a ser permanentemente actualizado. Desde que escrevi este post já foram acrescentados novos álbuns, dos quais destaco os das Casas comerciais e o da Igreja de Nossa Senhora de Fátima. Excelentes!

21 julho 2008

Modernices de linguagem: Deletar

Esta é uma modernice de linguagem que, felizmente, ainda não se vulgarizou na forma escrita, pelo menos deste lado do Atlântico. Na linguagem oral, porém, é cada vez mais usada.
Na origem da tecla "Del" está a palavra deleatur (do latim, apague-se)

símbolo de revisão tipográfica usado para indicar a supressão de uma palavra ou frase.
Deleatur é a 3ª pessoa do singular do presente do conjuntivo passivo do verbo latino deleo, que significa suprimir, destruir, apagar (Houaiss).
Quem não conhece a famosa frase (digna do Irão no seu melhor) Delenda Carthago! (Cartago tem de ser eliminada!) com a qual Catão terminava todos os seus discursos?

O mais curioso é que as pessoas que dizem "deletar" desconhecem que existe uma forma portuguesa para a palavrinha abreviada na tecla "Del" do teclado do seu computador: o inglês delete pode (e, no meu entender, deve) ser traduzido por "delir" (Houaiss).

Vá lá, não custa nada. Tem menos letras, é mais rápido de dizer e é português do melhor.

Conjugação do verbo delir.

18 julho 2008

Raginis para o fim-de-semana

TAGORE, Sourindro Mohun - Fifty stanzas in sañskrita. Calcutta : I.C. Bose & Co., 1875. Sânscrito e notação musical hindu (Biblioteca Nacional, C.N. 710 V.)

16 julho 2008

General Boum

Aqui pela biblioteca de Jacinto aparecem, de quando em quando, umas personagens dignas de nota. Este é o meu querido amigo, General Boum.

GARCÍA VILAMALA, Francisco - General Boum : tango para piano. Personagem da opereta de Offenbach "La Grande-Duchesse de Gérolstein" (Biblioteca Nacional, C.N. 132 A.)

11 julho 2008

Modinhas do tempo de D. João VI

«O cravista Mário Trilha e a soprano Isabel Alcobia gravaram em CD modinhas, tocatas e sonatas que se escutavam na Corte de D. João VI e Carlota Joaquina no Brasil.
«João Cordeiro da Silva, João de Sousa Carvalho, José Maurício, Marcos Portugal, David Perez, Corricelli, António Leal Moreira e José Nunes Garcia foram os compositores escolhidos para CD, intitulado "Música para D. João VI e D. Carlota".

«O álbum, editado pela Numérica, foi gravado na Sala de Lavor do Museu Regional de Aveiro "por as suas características se aproximarem das existentes na época: sala de talha de madeira dourada". Para Mário Trilha, que utilizou um instrumento cópia de um cravo Blanchet de 1733, "estas características são essenciais, pois reflectem-se na acústica e aproxima-nos do som da época".

«Alguns dos temas escolhidos foram gravados pela primeira vez, casos da tocata em dó maior de Cordeiro da Silva "Dona Maria Anna de Portugal", dedicada à irmã do Rei. Trilha salientou que "este excelente compositor, que viveu entre 1735 e 1808, é ainda muito pouco conhecido" e dele se gravaram também pela primeira vez 12 minuetos.

«Também gravada pela primeira vez foi a única modinha conhecida de Corricelli, "Moda nova d`hum ingrato abandonada". Corricelli, um compositor pouco conhecido, terá visitado Lisboa na década de 1790.
«Entre as várias modinhas gravadas, uma em particular, "pela sua natureza, pode ser escutada como um antepassado do moderno fado". Trata-se de "Que fiz eu a natureza?" de José Maurício, também registada pela primeira vez.

MAURÍCIO, José - Que fiz eu à natureza. In: Jornal de Modinhas, A. 4, n.º 7 (Biblioteca Nacional, M.P.P. 119//7 V.)

«O CD inclui ainda uma tocata de David Perez, o compositor escolhido para inaugurar a Real Ópera do Tejo, no reinado de D. José, com "Alessandro nelle Indie".


«Uma das fontes musicais utilizadas por Mário Trilha foi o Jornal das Modinhas, cujas cópias estão depositadas na Biblioteca Nacional de Lisboa. Desta biblioteca foram também utilizadas cópias de manuscritos. Relativamente às peças do padre José Maurício Nunes Garcia, "Fantazia 4º" e "Lição 5º", foram utilizadas cópias do original depositado na Biblioteca da Escola de Música da Universidade Federal Rio de Janeiro.

«Mário Trilha é diplomado em piano pela Universidade de Música do Rio de Janeiro e concluiu em 1999 o mestrado como instrumentista de cravo na Hochschule für Musik Karlsruhe. Frequentou em 2000 o curso de cravo dirigido por Olivier Blaumont no Conservatório de Rueil-Malmaison (Paris), tendo obtido a Medalha de Ouro por unanimidade.

«Isabel Alcobia estudou no Conservatório de Lisboa e como bolseira do Governo de Espanha na Escola Superior de canto, em Madrid. A soprano tem actuado em vários palcos internacionais, apresentando-se tanto como solista como integrando elencos operáticos. Venceu os concursos de canto de Cleveland International Einsteddfod em Inglaterra e do Three Arts Scholarship de Cincinnati (Ohio).»

(Fonte: Lusa/RTP)

04 julho 2008

Olhares (2)

Já devem ter reparado que, nos últimos quatro meses, tenho sentido alguma dificuldade em exprimir-me por palavras. Quem visita habitualmente a Biblioteca de Jacinto sabe o que aconteceu há quatro meses e compreende. As palavras não têm sido generosas para mim, têm-me faltado, falhado, fugido.
Ultimamente, sinto-me mais confortável sem as palavras. Prefiro as imagens. E os meus amigos, que não me têm abandonado e têm batido à porta desta biblioteca com uma perseverança discreta e confiante, merecem um sinal de que vou estando viva... mais ou menos.
Por isso, aqui vos deixo algumas das minhas inclusões em Olhares.com