Aviso: na biblioteca de Jacinto não se aplicará o novo Acordo Ortográfico.

12 novembro 2012


Cidadão francês chora enquanto assiste à parada Nazi marchando sobre Paris.

7 comentários:

Diogo disse...

Cara MCA,

Não a compreendo. O acordo ortográfico tem dois grandes proveitos:

1 – Simplifica, racionaliza e aproxima a ortografia da língua falada.

2 – Une duas ortografias (a portuguesa e a brasileira) que ainda não estão demasiado separadas para poderem ser uma só. Com todas as vantagens que isto traz para ambos os povos (sobretudo o português), em traduções, legendagens etc.

MCA disse...

E isso vem a propósito de?...

PJA disse...

Não parece vir a propósito de algo neste post.
Mas, para que conste:
1 - Quem ler o texto do AO90 perceberá, sem esforço, que este não unifica nada, criando, ao contrário, centenas de ambiguidades (denominadas facultatividades).
2 - O AO90 não respeita a etimologia das palavras, retirando sentido à ortografia, podendo dizer-se, com rigor, que eclipsa o próprio conceito de ortografia.
3 - O AO90 submete a escrita a um indefinido conceito de oralidade, mediante o uso da expressão "escreve-se como se pronuncia", ignorando, de modo acéfalo, que cada pessoa tem a sua pronúncia.
4 - O AO90 retira racionalidade à escrita, criando estranhas contradições entre palavras derivadas (Egito, egípcio, egiptólogo; fação, faccioso; infeção, infeccioso; facto, fator, fatorial, fático).
5 - O AO90 interfere na pronúncia, ao tornar possível, e provável, o inconveniente e desnecessário emudecimento de vogais, por supressão de consoantes com valor fonético (corretor, corre(c)tor).
6 - O AO90 tem regras absurdas, como a supressão de acentos indispensáveis à compreensão do sentido das palavras (Sindicato interrompe negociações com declaração surpreendente: Para (ou pára?) o trabalho, já!)
7 - O AO90 invoca a fonética para suprimir letras a eito e sem critério, mas mantém, sem razão apresentada, o H inicial (esse, sim, completamente mudo) e o U mudo a seguir ao Q.
8 - O AO90, em nome da unificação, afecta a grafia portuguesa e euro-africana, deixando quase imutável a brasileira, segundo o critério estatístico "eles são muitos, portanto estão sempre certos".
9 - O AO90 só surge porque o Brasil não cumpriu o AO45, que assinou, supostamente, de boa-fé, sendo que as regras do AO90 foram decalcadas da norma brasileira de 1933, numa manifestação do género "o crime compensa" ou "não cumpras o que assinas, porque, mais tarde ou mais cedo, os outros vergam-se".
10 - O AO90 vem dificultar a aprendizagem do Português por estrangeiros, porque entra em colisão com a única língua universal, o Inglês, onde todos (sem excepção) os milhares de palavras afectadas por perda de consoantes eram semelhantes à norma portuguesa (object objecto, factor factor, electric eléctrico, reception recepção, action acção, adoption adopção, etc.).
11 - Consagrando as formas brasileiras, o AO90 vem criar a Língua Brasileira, a qual, ao contrário do que sucedia, se pode afirmar como norma universal do Português, podendo, assim, tornar-se língua de trabalho da União Europeia em substituição do Português.
12 - O AO90 cria certas formas contrárias à tradição portuguesa, como o uso de letra minúscula para designar os meses do ano ou os títulos académicos, honoríficos ou militares, sem que haja motivo bastante e, até, havendo fortes motivos em sentido contrário (os nomes grafam-se com maiúscula).
13 - O AO90 não apresenta vantagens económicas para os portugueses, sendo, inversamente, muito vantajoso para os brasileiros.

Poderia continuar, no mínimo, por mais 4 pontos que considero relevantes, mas não tenho tempo. De qualquer modo, creio já ter expressado o meu ponto de vista. E suponho que o fiz com fundamento racional. É essencial, para não continuar em erro, ler o AO90. E não acreditar nas mentiras difundidas pela propaganda oficial.

Diogo disse...

Pensei que estivesse a comparar a ocupação da França pelos alemães com a ocupação do português de Portugal com o português brasileiro (por culpa do acordo ortográfico).

Julguei que era esse o tema recorrente no seu blogue. Excusez-moi.

PJA disse...

Bem lembrado!

PJA disse...

O ponto 10. tem uma gralha óbvia. Não reli o texto e escapou-me. Percebe-se o sentido. Mas peço desculpa.

MCA disse...

Diogo, também acho bem lembrado embora não fosse essa a intenção. A analogia da imagem é com outra invasão, aquela de que o nosso país está a ser vítima por parte de potências financeiras (troika, banca alemã, banco mundial...). E com o colaboracionismo de Pétain, claro.