A uma mulher grávida com dificuldades porque está só, porque o companheiro não quer o filho, porque não tem condições económicas, porque receia o despedimento, porque tem medo do futuro, por inúmeras razões...
... a sociedade responde à marialva: Toma lá dinheiro para o aborto, livra-te do puto e não me chateies mais.
Isto não é moderno. Isto não é solidário. Não é esta sociedade que eu quero.
As razões da escolha XIV. XIII. XII. XI. X. IX. VIII. VII. VI. V. IV. III. II. I.
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3 comentários:
O Sim não significa isto.
Estes problemas que apontas resolvem-se de outra forma. Criando uma sociedade mais justa, onde as mulheres não sejam o elo fraco, uma sociedade onde a dignidade humana seja bem de primeira necessidade.
De qualquer forma à aqui uma questão que não colocas: e as mulheres que não querem aquela gravidez porque não a querem naquele momento das suas vidas? Não podem optar? têm obrigatoriamente de dar à luz? ou esta opção não é digna? serão menos humanas, menos mulheres?
O que o Sim diz é que, num período razoável de tempo, a sociedade responderá de uma forma responsável e solidária dizendo "dirige-te a um local devidamente identificado, que reuna as condiçoes legalmente estabelecidas, e interrompe voluntariamente uma gravidez não desejada".
Quem responde "Toma lá dinheiro para o aborto, livra-te do puto e não me chateies mais.", é a sociedade actual que acrescenta "... e já agora vê lá se não és apanhada na parteira para não termos de gastar dinheiro do erário público com mais um julgamendo anedótico".
Lena, quando me demonstrarem cientificamente qual é a diferença objectiva entre um feto com 10 semanas e outro com 11, serei a primeira a rever os meus critérios. A pergunta deste referendo, tal como está colocada, não tem qualquer base científica, é um prazo aleatório. Às 10 semanas vai-se ao hospital fazer o aborto, às 11 pode-se ser detida, julgada e condenada. É ilógico e é injusto. Ainda que eu concordasse com o aborto às 10 semanas, não concordaria com a pergunta, tal como está colocada.
Mas não concordo com o aborto em momento nenhum porque entendo (com base no conhecimento científico disponível) que um feto é um ser humano. Ainda que possa aceitar (como hipótese de trabalho e porque não tenho motivações religiosas) que não haja uma equiparação absoluta a um bébé já nascido, não posso aceitar que a vida de um não nascido possa estar arbitrariamente nas mãos seja de quem for. Sem um motivo muito grave.
Respondendo à tua pergunta (já tenho a resposta em posts anteriores): Não. De todo. Uma mulher esclarecida e culta, conhecedora de todos os meios contraceptivos ao seu dispor (incluindo a pílula do dia seguinte) e com meios materiais para cuidar de um filho não deve poder abortar por opção. Assim não. Nesse caso, e apenas nesse, sou radical. Já é possível prever o sexo do bébé às 8 semanas. Pensa nas implicações disso. Bj
Ainda estou a ler e a digerir todos os excelentes textos que no seu blogue tratam de matéria tão delicada. Hoje resolvi comentar porque a pertinência da sua pergunta (porque sim às dez porque não às onze) também me levou a pensar muito.
Acrescentaria ainda (mas preciso reflectir melhor)que IVG, Interrupção Voluntária da Gravidez é uma expressão infeliz. Ainda aceitaria a interrupção, se provocada por força maior como me parece que a legislação actual encara o aborto, mas voluntária, acto deliberado de um ser humano contra outro que, mesmo que o não seja completamente, já o é em potência, ai! Essa custa-me a engolir! Vou escrever um pequeno texto no meu blogue onde também tenho pensado, mas não tão elegantemente, sobre o assunto e colocar um "link" para estas suas considerações. Espero que não se importe.
Um abraço de sincera amizade.
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